Boletim semanal - ano 92 - n° 13

Santos, sexta-feira, 28 de março de 2025

As surpreendentes mudanças na economia e no comércio global com as novas políticas dos Estados Unidos a partir da posse, no final de janeiro último, do novo presidente americano, têm levado os mercados internacionais a trabalharem com muita volatilidade e forte aversão ao risco.

Nesta semana, as tarifas de Donald Trump seguiram sendo o assunto central no radar do mercado, após o anúncio da taxação de 25% sobre toda a importação de automóveis pelos EUA. O comunicado foi feito na última quarta-feira, após o fechamento do pregão, ampliando as tensões da guerra comercial antes do pacote de tarifas recíprocas, previstas para serem anunciadas pelo governo americano no próximo dia 2 de abril.

Os contratos de café, na ICE Futures US, em Nova Iorque e na ICE Europe, em Londres, que habitualmente já sofrem com rápidas e fortes oscilações, acabam sendo atingidos pela atual volatilidade da economia global.

Esses contratos recuaram forte ontem, mas trabalharam nesta sexta-feira com oscilações mais brandas. Os de arábica em Nova Iorque fecharam hoje em alta moderada e os de robusta em Londres com pequenas baixas.

Em nossa opinião, os fundamentos do mercado de café, permanecem os mesmos. Os estoques são baixos, tanto nos países produtores como nos consumidores, e os problemas climáticos, com eventos extremos, se sucedem em todo o mundo, sem previsões de que diminuirão em 2025.

Os contratos de arábica com vencimento em maio próximo na ICE Futures US em Nova Iorque, oscilaram hoje 725 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,8480 na máxima do dia, em alta de 600 pontos. Fecharam valendo US$ 3,7995 em alta de 115 pontos. Ontem caíram 1.320 pontos e anteontem 655 pontos. Na terça-feira subiram 515 pontos e na segunda tiveram alta de 200 pontos. Somaram queda de 1.145 pontos nesta semana. Subiram 1.420 pontos na semana passada e caíram, na semana anterior à passada, 720 pontos. No mês de fevereiro, esses contratos para maio próximo somaram alta de 170 pontos. No mês de janeiro subiram 5.650 pontos.

Na ICE Europe, os contratos de robusta para maio próximo bateram, na máxima do dia, em 5.409 dólares por tonelada. Fecharam o pregão valendo 5.337 dólares, em queda de 86 dólares. Ontem caíram 86 dólares e anteontem recuaram 154 dólares. Na terça-feira subiram 90 dólares e na segunda perderam 14 dólares. Somaram queda nesta semana de 178 dólares. Subiram na semana passada 118 dólares e 44 dólares na semana anterior à passada. No mês de fevereiro recuaram 364 dólares por tonelada. No mês de janeiro esses contratos subiram 889 dólares.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram hoje 6.241 sacas. Estão em 771.576 sacas. Há um ano eram de 595.209 sacas. Subiram nesse período 176.367 sacas. Somaram queda nesta semana de 6.132 sacas. Caíram na semana passada 19.028 sacas e na semana anterior à passada 1.090 sacas. No mês de fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro recuaram 112.385 sacas.

Neste ano de 2025, até esta sexta-feira, esses estoques certificados caíram 208.391 sacas.

O dólar subiu hoje 0,14 % frente ao real, fechando o dia a R$ 5,7620. Encerrou a semana passada a R$ 5,7160 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,7440.

Em reais por saca, os contratos para maio próximo na ICE Futures US fecharam hoje valendo R$ 2.895,97. Fecharam a última sexta-feira valendo R$ 2.959,42 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.944,12.

O mercado físico brasileiro permaneceu calmo por toda a semana. O valor das ofertas impede o fechamento de negócios. Há interesse comprador para todos os padrões de café, entretanto, nas bases de preços oferecidas no mercado, os vendedores recuam e poucos negócios são concluídos. O volume de vendas continua abaixo do necessário para atender às necessidades do consumo interno e exportação.

Começou o outono e agora a subida de frentes frias começará a entrar no radar dos operadores de mercado.

Segundo boletim de hoje da CLIMATEMPO, ao longo da próxima semana o tempo volta a mudar de uma forma significativa sobre áreas produtoras do centro-sul do Brasil, devido ao avanço de uma frente fria. O sistema, além de espalhar chuvas, deve provocar declínio acentuado nas temperaturas. Na primeira semana de abril são esperados volumes de precipitação, que podem ultrapassar 70 mm nas áreas de divisa entre a Alta Mogiana Paulista, sul de Minas Gerais e na região da zona da Mata Mineira. Chuvas moderadas também devem chegar até o Triângulo Mineiro, Cerrado Mineiro e sul do Espírito Santo. Com a frente fria, uma massa de ar frio vai acompanhar esse sistema e avançar sobre o centro-sul, provocando queda significativa das temperaturas. Não há previsão para frio extremo, mas algumas áreas produtoras de café do sul de Minas Gerais podem enfrentar temperaturas abaixo de 12 °C.

Até dia 28, os embarques de março estavam em 2.272.631 sacas de café arábica, 126.693 sacas de café conilon, mais 232.145 sacas de café solúvel, totalizando 2.631.469 sacas embarcadas, contra 2.675.823 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 28, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 3.175.167 sacas, contra 2.901.178 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 21, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 1.145 pontos ou US$ 15,15 (R$ 87,27) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE, fecharam no dia 21 a R$ 2.959,42 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.895,97. Hoje, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 115 pontos.

Escritório Carvalhaes