Boletim semanal - ano 92 - n° 25

Santos, sexta-feira, 20 de junho de 2025

Tivemos mais uma semana de queda acentuada nas cotações do café, tanto na ICE Futures US em Nova Iorque, como na ICE Europe em Londres. Com condições climáticas favoráveis, a colheita da nova safra brasileira de café avança em boa velocidade, em meio a um quadro político e econômico global imprevisível, que a atual escalada na guerra entre Israel e Irã agravou ainda mais. Nesse cenário, fundos e especuladores continuam derrubando com força as cotações do café nas duas bolsas.

Hoje, começa a estação de inverno no hemisfério sul, e a CLIMATEMPO informa, que para o início da próxima semana, há previsão de grande mudança no tempo, com o avanço de uma intensa massa de ar de origem polar, que provocará queda acentuada das temperaturas sobre os cafezais do sudeste brasileiro.

Os fundamentos do mercado de café permanecem os mesmos: estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo global.

Os estoques brasileiros de passagem no final deste mês de junho, são historicamente baixos, possivelmente os menores em mais de cem anos, e nossa nova safra, que começa a entrar no mercado, mesmo que atinja o volume das maiores estimativas privadas, não será suficiente para termos um estoque de passagem mais confortável em junho de 2026. No entanto, a expectativa de uma possível grande safra de café no Brasil em 2026, contribui com a atual pressão sobre as cotações do café neste início da nova safra brasileira 2025.

Os contratos de arábica com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram hoje 1.290 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,2985 na máxima do dia, em alta de 495 pontos. Fecharam valendo US$ 3,2490 com perdas de 1.095 pontos. Ontem não houve pregão devido ao feriado nos EUA e anteontem esses contratos caíram 1.095 pontos. Na terça-feira fecharam com perdas de 810 pontos e na segunda-feira de 575 pontos. Somaram queda de 3.065 pontos nesta semana e de 835 pontos na semana passada. Subiram 1.560 pontos na semana anterior à passada. Caíram no mês de maio 5.830 pontos. No mês de abril, acumularam ganhos de 2.535 pontos. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 20, estes contratos para julho próximo somam alta de apenas 1.060 pontos. Terminou hoje a rolagem para setembro dos contratos com vencimento em julho próximo na ICE americana.

Na ICE Europe, os contratos de robusta para julho próximo bateram hoje, na máxima do dia, em 4.115 dólares por tonelada, em alta de 81 dólares. Fecharam o pregão valendo 3.887 dólares, em queda de 147 dólares. Ontem subiram 14 dólares e anteontem recuaram 299 dólares. Na terça-feira caíram 42 dólares e na segunda-feira perderam 77 dólares. Somaram queda de 551 dólares nesta semana e de 2 dólares na semana passada. Caíram 70 dólares na semana anterior à passada. Recuaram 280 dólares no mês de maio. No mês de abril, esses contratos tiveram alta de 71 dólares. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 20, esses contratos de robusta para julho próximo acumulam queda de 840 dólares por tonelada.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US subiram hoje 4.759 sacas. Estão em 868.567 sacas. Há um ano eram de 831.595 sacas, subindo nesse período 36.972 sacas. Subiram nesta semana 22.276 sacas e na semana passada 25.622 sacas. Caíram na semana anterior à passada 67.721 sacas. No mês de maio somaram alta de 74.722 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 20, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 111.400 sacas.

O dólar subiu hoje 0,44% frente ao real, fechando o dia a R$ 5,5250. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,5410 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,5690.

Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US, fecharam hoje valendo R$ 2.331,77. Terminaram a última sexta-feira valendo R$ 2.563,17 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.637,64.

Com queda todos os dias nas bolsas de Nova Iorque e Londres, o mercado físico brasileiro apresentou-se calmo no decorrer da semana, com poucos produtores dispostos a vender nas bases oferecidas pelos compradores. Nas últimas semanas, aos poucos, vem crescendo o número de negócios fechados com lotes da nova safra 2025/2026. Há interesse comprador para todos os padrões de café. Os trabalhos de colheita do arábica estão com bom ritmo. As vendas de conilon estão mais avançadas, com volume bem maior de negócios fechados. Lotes de arábica da atual safra 2024/2025 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos. Os cafeicultores que detêm esses lotes se recusam a vender nas bases de preços ofertadas atualmente pelos compradores.

Até dia 20, os embarques de junho estavam em 1.019.988 sacas de café arábica, 195.678 sacas de café conilon, mais 130.187 sacas de café solúvel, totalizando 1.345.853 sacas embarcadas, contra 1.636.608 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 20, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.620.153 sacas, contra 1.843.497 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 13, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 3.065 pontos ou US$ 40,54 (R$ 244,00) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE, fecharam no dia 13 a R$ 2.563,17 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.331,77. Hoje, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 585 pontos.

Escritório Carvalhaes